10 de abril de 2013

«Foram os melhores anos da minha vida»

Toni Vidigal em entrevista
 Lembram-se daquele jogador raçudo, "baixinho", "gordinho", mas corria que se fartava, que envergou a camisola varzinista durante 4 épocas (de 2 000 a 2 004)? Que inclusive marcou um golaço ao Rio Ave na época que subimos à Primeira Liga (em 2 000/2 001)? É isso mesmo, trata-se de Toni Vidigal, um nome bem conhecido da nação varzinista. Um jogador muito acarinhado pela massa associativa na altura, carinho esse, que se estende até aos dias de hoje sempre que se desloca à linda Póvoa do mar, para passar férias todos os anos.
 Nesta grande entrevista, Toni Vidigal recorda os bons momentos que viveu no nosso clube. O jogo da subida frente à Ovarense foi o mais marcante, e que ficará para sempre na sua memória, sublinhando que o grupo de trabalho "tinha a perfeita noção do que o Varzim representava para os poveiros".

 Como foi para ti representares o Varzim?
 Foram quatro anos maravilhosos. Quando cheguei à Póvoa, o Varzim tinha descido para a 2ª Liga, sabíamos dos objetivos do clube, formamos um grande grupo, e subimos nesse ano. Foi maravilhoso ter trabalhado com todos os elementos que fizeram parte do grupo.

 Quem viu o Toni Vidigal jogar, diz que era um jogador muito raçudo, que dava tudo em campo, e que ás vezes os adversários eram duros com ele e só o paravam com faltas. Concordas com estas observações?
 Concordo. Era um jogador bastante rápido e isso levava a que muitas vezes tinha de ser parado em falta, depois passei a jogar a lateral, aí talvez tenha mostrado mais alguma agressividade, porque a posição assim o pedia.

Toni Vidigal e Paulo Vida
 Confesso que eras um dos meus ídolos nessas épocas que cá estiveste, e também via que eras muito acarinhado pela massa associativa. Sentias isso fora das quatro linhas?
 Sem dúvida! Sempre disse que é um prazer voltar onde nos tratam bem, vou todos os anos à Póvoa, e sinto sempre como se volta-se um ano depois de ter representado esse grande clube. Saí daí em 2004, e se voltar hoje, é gratificante ver o carinho desse povo maravilhoso. Tenho muitos amigos na Póvoa, eu falo com os meus amigos que melhor que o Algarve é a Póvoa, onde eu vou passar uma semana e não preciso levar nada, tenho tudo aí, casa para dormir, restaurantes para comer...
 É impressionante o carinho que consegui nessa cidade, foram os melhores anos da minha vida como profissional. Ainda vou viver aí!

 Uma palavra para descreveres a massa associativa do Varzim.
 Paixão! Uma massa associativa como aquela do meu tempo era de mais. Só recordações lindas.

 Recordas-te de algum golo em especial com a camisola do Varzim (foram seis no total)?
 Frente ao Rio Ave. Ganhamos 2 x 1, eu fiz o 2º golo.

 Quais foram os jogos que mais te marcaram ao serviço do Varzim, pela positiva, e pela negativa?
 Positiva: Ovarense em casa. Estádio cheio, começamos a perder por 1 x 0, nunca vi um estádio tão cheio e um enorme silencio, mas felizmente esse silencio durou pouco, cinco minutos, e fizemos uma grande festa.
 Negativa: sem dúvida último jogo nos Açores com o Santa Clara, empatamos, e descemos de divisão.

Festa em frente ao Casino
 A Póvoa parou no jogo da subida frente à Ovarense em 2 000/2 001, foi festa até ás tantas na cidade, e em particular em frente ao Casino. Conta-nos como viveste esse grande dia de festa?
 Foi impressionante a quantidade de gente que ali estava, foi uma festa de muito trabalho, muito sacrifício, muita vontade de vencer. Tínhamos a perfeita noção do que o Varzim representava para os poveiros, não podíamos desiludir, foi lindo, tenho muitas fotos. Recordo esses momentos várias vezes, nunca me vou esquecer desses quatro anos maravilhosos nessa cidade. Foi bom de mais!

 Sabemos, e como já referiste, que todos os anos vens passar férias cá à Póvoa. As pessoas ainda param na rua para te cumprimentar e falar dos bons velhos tempos?
 Sempre que vou à Póvoa sinto que estou em casa, porque foi tanta coisa boa que vivi nessa cidade que não dá para descrever. Falo com muita gente que vem com os filhos, e que eles dizem: "sabes quem é este senhor? É o Vidigal, este é dos nossos, já é poveiro". É lógico que isso nos deixa sem palavras, reconhecerem o nosso trabalho é bom de mais.

Como vês a situação atual do Varzim?
 É com muita mágoa e tristeza, que vejo o Varzim como está, saber que os jogadores trabalharam demais, deram tudo para subir e subiram, e depois não poderem jogar na 2ª Liga. É muito complicado, sei o que eles sentiram. Espero que o Varzim se consiga organizar e sair da situação em que está. Acredito que em breve voltaremos a ser o Varzim que habituamos aos poveiros, que é estar no escalão principal.

Festa da subida no balneário
 Gostarias de voltar ao Varzim no futuro para desempenhares outras funções? Sabemos que agora és treinador...
 É um sonho, se Deus quiser vou concretizá-lo. Seria bom de mais voltar a essa casa para desempenhar outras funções. É uma casa onde me sinto bem e que adoro. Estarei sempre disponível para esse grande clube.

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