24 de abril de 2013

Lopes de Castro: Processo estádio; As asneiras do "A Voz da Póvoa"

O ex. presidente, Lopes de Castro, emitiu, esta tarde, no seu Facebook, um comunicado sobre o processo estádio. E não só...

 Eis o comunicado da anterior direção do Varzim:

PROCESSO ESTÁDIO 
AS ASNEIRAS DO “A VOZ DA PÓVOA”

 O “A Voz da Póvoa” na sua edição de 17/04/2013 e em dia de aniversário, lembrou-se de assinalar os seus respeitáveis 75 anos com uma “notícia memorável” sobre o denominado “processo estádio” do Varzim Sport Club.
 O texto é pequeno mas, em contrapartida, consegue a proeza de juntar a ignorância à asneira.
 Resultado: informação tóxica disfarçada de notícia séria.
 Nada a que já não estejamos habituados, tendo em conta a quantidade apreciável de disparates que já se disseram sobre o assunto.
 Desta vez, a pérola escolhida para título foi esta: “Penhora de 9,7 Milhões de Euros Pode Ditar o Fim do Varzim SC”.
 Desconhecemos a opinião dos responsáveis do jornal sobre o conceito de serviço público, mas ficamos com a certeza de que o devem rever com urgência.
 Também nos interrogamos sobre os objetivos de um jornal que produz “notícias sensacionalistas” desta natureza, que fala do que não sabe e, ainda por cima, se sente bem consigo próprio quando induz em erro os seus leitores.
 Não nos custa, portanto, acreditar que este “noticiário” esteja, afinal, ao serviço de alguém ou de alguma particular finalidade.
 A ver vamos.
 Posto isto, como o Varzim e os varzinistas, ao contrário do jornal, nos merecem todo o respeito e consideração, entendemos ser pertinente comentar e esclarecer tão extraordinária peça jornalística, tendo em conta a inacreditável demonstração de má-fé e ignorância que o texto revelam.
 Começa assim: “Uma penhora voluntária de 9,7 milhões de euros a favor da empresa Famenco emperrou o acordo que já estava estabelecido no IAPMEI…”.
 Observação: a figura da “penhora voluntária” não existe na lei, nem a empresa se chama Famenco. O que se encontra registado é uma hipoteca voluntária e a empresa denomina-se Famenc.
 Para esclarecimento geral, a hipoteca é apenas uma garantia – não é um crédito da Famenc nem um débito do Varzim SC – e só poderá ser acionada em caso de incumprimento definitivo do contrato por parte do clube, o que nunca sucedeu nem sucede. Além disso, para quem não saiba ou não lhe dê jeito, (re) lembramos que essa garantia existe há mais de 6 anos, tendo sido discutida e aprovada em Conselho Varzinista e em Assembleia Geral, como impõem, aliás, os Estatutos.
 Não compreendemos, portanto, o espanto do senhor jornalista nem a surpresa do senhor presidente da direção, a não ser que ambos tivessem andado arredados dos assuntos da vida do clube (mesmo dos mais mediáticos) durante anos a fio, o que é bem provável.

 Mais à frente no texto escreve o senhor jornalista que o senhor presidente da direção terá dito: “Não consigo perceber os seus contornos (os da tal dita penhora) e julgo que os interesses do varzim não foram devidamente salvaguardados”.
 Não sabemos se o senhor presidente da direção do Varzim SC disse mesmo isto, mas se o disse, aguardamos ansiosamente que nos explique as suas brilhantes razões.
 De todo o modo e caso não saiba, a constituição de uma garantia real para a eventualidade de incumprimento como a que foi dada (designadamente nos casos em que uma das partes adianta avultadas quantias) é corrente e consensual em contratos desta natureza.

 Para finalizar, escreve o jornalista que o senhor presidente da direção afirmou: “Se o Varzim só recebeu 5,9 milhões de euros porque é que foram fazer a penhora no valor de 9,7 milhões”.

 Não podemos acreditar que esta seja uma dúvida do senhor presidente da direção, pela simples razão de que, tendo ele a obrigação de conhecer e saber interpretar os assuntos, seria inaceitável que dissesse tamanho disparate.
 Acreditamos, portanto, que a dúvida seja do senhor jornalista.
 Por isso, nem que seja só para o esclarecer, vamos responder-lhe.
 Antes do comentário, porém, deixamos (mais) uma retificação: o Varzim SC recebeu por conta do preço final do negócio 5,4 milhões de euros e não 5,9 milhões (é curioso constatar que sempre que alguém resolve falar sobre o negócio-estádio, diz que o Varzim recebeu mais – às vezes bastante mais – do que efetivamente recebeu…).
 Sobre o que o senhor presidente da direção terá dito, esclarecemos:
 Para quem estiver de boa-fé, é bom de ver e fácil de compreender que uma coisa (o valor da garantia - hipoteca) não tem rigorosamente nada a ver com a outra (o valor recebido), pela simples razão de que a hipoteca voluntária (constituída há mais de 6 anos) se destinou a garantir uma eventual indemnização para o caso de o clube não vir a cumprir o contrato e não para garantir os valores entregues pela Famenc/Hagen. 

O texto termina com o senhor jornalista citando assim o senhor presidente da direção: “Vamos convocar uma assembleia para informar os sócios (…) Espero que Lopes de Castro apareça para explicar aos sócios estas e outras situações…”.

 Da nossa parte, desejamos que o senhor presidente da direção (e já agora também o senhor jornalista) apareça na assembleia geral para explicar que parte ou partes do contrato não perceberam.
 Se já é grave que um senhor jornalista escreva sobre um assunto sobre o qual demonstra nada perceber, ainda mais grave e preocupante é assistirmos às lamentáveis declarações (se é que as fez) do senhor presidente da direção.
 São declarações graves, porque confundem os sócios, na medida em que lhes dá a entender que a empresa tem um crédito de 9,7 milhões sobre o clube, o que é mentira. A empresa não tem crédito algum sobre o clube, nem o clube deve coisa alguma à empresa.
 Uma garantia não é um crédito, nem um débito.
 Por outro lado, são declarações preocupantes para todos os associados, porque ficamos com a sensação de que o senhor presidente também está como o jornalista: demonstra nada perceber do assunto, tendo em conta a natureza das suas dúvidas, mas se as tem, não deve vir para a praça pública falar aos microfones da comunicação social.
 Coloque-as no local próprio, isto é, em Assembleia Geral, da qual de resto todos estamos à espera há demasiado tempo.

 Nunca é demais recordar que nestes momentos de dificuldade que o Varzim enfrenta, a união dos varzinistas em torno do clube é necessária. Da nossa parte, estamos e sempre estaremos disponíveis para ajudar a encontrar soluções para o clube, porém nunca num ambiente de desinformação que repudiamos totalmente.

 JOÃO VIANA
 JOSÉ M. LOPES DE CASTRO
 EDGAR TORRÃO
 SÉRGIO ARAÚJO
 NUNO NOVO
 JOSÉ A. TROCADO DA COSTA
 JOSÉ MARIA REINA
 CARLOS COSTA
 FERNANDO SILVA

 (nota: este texto foi enviado para publicação no Mais Semanário, sob forma de publicidade. A direcção do jornal informou que não podia publicar.)

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